Um estudo inédito realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), revelou uma grande insatisfação por parte da maioria dos estudantes, professores e gestores de escolas que começaram a implementar o Novo Ensino Médio.
De acordo com a pesquisa, os jovens também se queixam de que o modelo oferecido pelas redes de ensino não está de acordo com o que é demandado.
Ao todo, foram entrevistados 2,4 mil professores, gestores e estudantes que atuaram ou estudaram em escolas públicas estaduais que implementaram o Novo Ensino Médio na 1ª série no ano de 2022.
As entrevistas foram realizadas tanto de forma presencial quanto por telefone, entre os dias 23 de junho e 6 de outubro de 2023.
Os resultados mostraram que a implementação do Novo Ensino Médio tem enfrentado uma série de dificuldades e desafios.
A falta de infraestrutura adequada, a falta de professores capacitados e a falta de recursos foram citados como alguns dos principais problemas enfrentados pelas escolas que adotaram o novo modelo.
Além disso, muitos estudantes reclamaram de que o currículo oferecido não é suficiente para prepará-los para o mercado de trabalho ou para o ingresso na universidade.
Segundo eles, há uma lacuna entre o que é ensinado nas salas de aula e as habilidades e competências necessárias para o futuro.
Os dados divulgados são apenas uma parte da pesquisa cujo relatório final deverá ser concluído em janeiro de 2024.
Os resultados mostram que 56% dos estudantes, 76% dos docentes e 66% dos gestores estão insatisfeitos com as mudanças promovidas pelo Novo Ensino Médio.
Na outra ponta, 40% dos estudantes, 17% dos docentes e 26% dos gestores disseram estar satisfeitos. Os demais estavam ausentes, não sabem ou não responderam.