O governo federal divulgou nesta quinta-feira (3) uma série de iniciativas para tentar conter a prática de racismo nos esportes. Elas foram feitas por um grupo técnico criado pelo Ministério do Esporte depois de mais um caso de racismo no futebol, em junho.
Naquela vez, os ataques foram contra o assessor pessoal do jogador Vini Júnior, durante o amistoso do Brasil contra a Guiné na Espanha, mas em maio o atacante brasileiro já tinha sido foi vítima de racismo no país europeu, jogando pelo Real Madrid, como lembrou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Para combater a prática no esporte, o grupo técnico preparou um relatório com propostas que vão servir de base para um programa nacional contra racismo. São 18 ações, envolvendo entidades esportivas, atletas, torcidas e o acesso à justiça. Entre elas, estão a criação de selo e de prêmio para entidades esportivas antirracistas, a oferta de assistência psicológica para atletas negros e parcerias educativas entre torcidas organizadas e coletivos.
Além disso, será proposta a criação de uma Autoridade Nacional para Prevenção e Combate à Violência e à Discriminação no Esporte. E um acordo de cooperação entre o Governo Federal e a CBF, a Confederação Brasileira de Futebol, deve ser firmado.
O objetivo é combater a violência nos estádios, por meio da identificação dos torcedores racistas, como explicou o secretário de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Marivaldo Pereira.
Segundo o secretário, a iniciativa, chamada de Estádio Seguro, já foi inclusive testada no Maracanã e deve ser implementada até o final deste mês. Entre as ações do relatório estão previstas, também, campanhas educativas e de comunicação para combater o racismo.
Para ministra do Esporte, Ana Moser, todas essas ações representam o início dos trabalhos.
Segundo Ana Moser, parte das ações serão implementadas ainda este ano.
Também pra combater o racismo, a CBF adotou desde fevereiro a possibilidade de punição a clubes. Os casos serão encaminhados à Justiça Desportiva pra aplicação de multa, perda de mando de jogo, ou pontos ao clube infrator.
Fonte: Agência Brasil