A equipe feminina da Espanha, que conquistou o título da Copa do Mundo, concordou em encerrar seu boicote à seleção nacional na manhã desta quarta-feira (20), após a federação de futebol do país (RFEF) afirmar que fará “mudanças imediatas e profundas” em sua estrutura.
A decisão foi tomada no início da manhã, após mais de sete horas de reuniões em um hotel em Oliva, a uma hora de Valência, envolvendo atletas, autoridades da RFEF, o Conselho Nacional de Esportes (CSD) e o sindicato das jogadoras, FUTPRO.
As jogadoras disseram que não representariam a Espanha até que houvesse novas mudanças na federação, aprofundando uma crise que começou após o ex-presidente da RFEF Luis Rubiales beijar Jenni Hermoso na boca durante cerimônia na Copa do Mundo.
“Uma comissão conjunta será criada entre RFEF, CSD e jogadoras para dar seguimento aos acordos, que serão assinados amanhã”, disse o presidente do CSD, Victor Francos.
“As jogadoras expressaram sua preocupação com a necessidade de mudanças profundas na RFEF, que se comprometeu a fazer essas mudanças imediatamente”.
Ainda nesta quarta-feira a RFEF anunciou que a primeira medida foi retirar o “feminino” da marca oficial da seleção para harmonizá-la com a seleção masculina. A partir de agora, ambas serão conhecidas como “seleção espanhola de futebol”.
“Além de ser um passo simbólico, queremos que seja uma mudança de conceito e o reconhecimento de que futebol é futebol, não importa quem o jogue”, disse o presidente da RFEF, Pedro Rocha, acrescentando que isso promoveria um conceito mais igualitário do esporte.
Outras alterações ainda não foram tornadas públicas.
“As jogadoras veem isso como uma reaproximação de posições. É o início de um longo caminho à nossa frente”, disse a presidente do FUTPRO, Amanda Gutierrez, aos repórteres.
Depois que a maioria das vencedoras da Copa do Mundo de futebol feminino foi convocada para as próximas partidas, as jogadoras disseram em uma declaração conjunta que tomariam a “melhor decisão” para seu futuro e saúde depois de estudarem as implicações legais de serem incluídas em uma lista de convocadas que haviam pedido para não fazer parte.
Elas argumentaram que a federação não poderia exigir a presença delas porque alegaram que a convocação não foi feita dentro dos parâmetros em termos de prazos e procedimentos da Fifa.
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Fonte: Agência Brasil