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    Com incentivo do GDF, projeto leva repente a alunos da rede pública

    16 escolas receberão, em outubro e novembro, projeto Repente na Escola

    Adriana Izel, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

     

    Dezesseis escolas públicas do Distrito Federal receberão, entre outubro e novembro, a nova temporada do projeto Repente na Escola. Serão beneficiados centros de ensino em Taguatinga, Ceilândia, Santa Maria, Gama, Água Quente e Plano Piloto.

     

    A proposta consiste na apresentação de repentistas e na entrega de livretos de cordel para que os estudantes conheçam e valorizem a manifestação oral que, desde 2021, é reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

     

     

    A iniciativa conta com fomento do Governo do Distrito Federal (GDF). Estão sendo investidos R$ 279 mil da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) para a nova edição do projeto, comandado pela Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do DF e Entorno (Acrespo).

     

    O subsecretário de Difusão e Diversidade Cultural da Secec, João Cândido, explica que o projeto visa promover a democratização cultural, ao atender a comunidade escolar da rede pública. “O Repente na Escola contribui para a integração dos jovens no processo de reconhecimento das manifestações culturais; inclusive, essa manifestação artística pode fazer parte de suas origens e ancestralidade”, afirma.

     

    Identidade cultural

     

    A estreia dessa temporada está prevista para o dia 16, no Centro de Ensino Especial 01 (CEE 01) de Taguatinga. “Escolhemos essa escola para abrir para iniciar o projeto levando a cultura do repente para as pessoas com deficiência”, adianta o presidente da associação organizadora do projeto, João Santana. “Nesta edição teremos também um intérprete de Libras [Língua Brasileira de Sinais]”. Até novembro, o projeto passará por instituições públicas em Ceilândia, Santa Maria, Gama, Água Quente e Plano Piloto.

     

    Ao apresentar a manifestação oral, o Repente na Escola visa manter a identidade cultural de raízes nordestinas entre os jovens moradores do Distrito Federal. “Aqui no DF a maioria das famílias tem origem nordestina”, lembra Santana. “Muitos desses jovens estarão tendo contato pela primeira vez com uma arte que era comum para os pais e avós deles. Entendemos que é importante passar essa cultura para os mais jovens.”

     

    O presidente da Acrespo ressalta que a iniciativa só consegue ter continuidade devido ao fomento do governo. “Para fazer um projeto desse tipo totalmente gratuito para os estudantes, levando repentistas e toda uma estrutura de sonorização para um ambiente escolar, é necessário ter recursos”, aponta. “Não teríamos como fazer sem esse auxílio. Seria inviável.”

     

    O estilo

     

    Com registros nos estados de Pernambuco e Paraíba desde meados do século 19, o repente surgiu da interpretação de canto e poesia dos trovadores. O estilo é conhecido pela rima, improvisação, métrica e oração. Os repentistas normalmente recebem o tema da plateia e criam os versos na hora.

     

    Tradicionalmente, a performance é executada por dois cantores acompanhados por violas. São mais de 50 modalidades de arte registradas pelo Iphan.

     

    Programação

    16/10, às 10h30 e às 14h30: CEE 01 de Taguatinga (AE 12, Taguatinga Norte)
    18/10, às 11h e às 14h: EC 06 do Guará (EQ 24/26, Guará II)
    23/10, às 11h e às 14h: CEF 8 do Guará (EQ 13/15, Guará II)
    10/11, às 10h30 e às 14h: CED Gesner Teixeira (Rua das Dálias, lotes 2 a 6, Gama)

    Fonte: Secretaria de Estado de Educação do DF

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