Somente nos primeiros seis meses deste ano, foram transportadas 810,7 mil toneladas, 76% a mais que o mesmo período do ano passado
Com 2,4 mil quilômetros navegáveis, a hidrovia Tietê-Paraná demonstra sua importância como um dos principais modais de infraestrutura logística do país. Segundo levantamento realizado pelo Departamento Hidroviário (DH), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), de janeiro a junho deste ano, foi registrado aumento de 76% na movimentação fluvial de cargas, em comparação com o mesmo período do ano passado.
De acordo com o relatório, foram despachadas 810,7 mil toneladas entre janeiro e junho, enquanto 460,3 mil toneladas foram transportadas no mesmo período de 2022. Dentre os produtos com maior movimentação estão a soja e o farelo de soja. No entanto, a hidrovia escoa também a produção de milho, madeira, areia e derivados da cana-de-açúcar. Apenas em junho, foi registrado um crescimento de 44,1%, com 234,6 mil toneladas embarcadas, contra 162,7 mil toneladas no mesmo mês de 2022.
“Esse resultado mostra a importância desse modal para a logística econômica do estado de São Paulo. A hidrovia é um eixo fundamental para o escoamento de produtos e bens, e terá ainda mais importância quando completarmos o rebaixamento do canal em Nova Avanhandava”, avalia a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende.
Além de ampliar o transporte de cargas, a execução dos trabalhos para aprofundar o canal de navegação vai garantir resiliência em situação de estiagem e melhorias no armazenamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Com investimento de R$ 300 milhões, os serviços devem gerar 1,4 mil empregos diretos e indiretos, e retirar 552 mil metros cúbicos de rochas, equivalentes ao volume de 600 piscinas olímpicas.
“A obra do canal é importantíssima para os terminais intermodais de carga e descarga, principalmente por viabilizar o escoamento dos produtos agrícolas para o Porto de Santos, além de conectar São Paulo com os estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul”, afirma a Diretora Geral do Departamento Hidroviário (DH), Jamille Consulin.
O transporte de cargas utiliza embarcações do tipo ‘chata’, movimentadas por um empurrador (rebocador específico) e capazes de transportar 1,5 mil toneladas cada uma. No modal rodoviário seriam necessárias 43 carretas, de 35 toneladas cada, para levar o mesmo volume. Para a movimentação desses barcos é preciso que o Rio Tietê esteja com lâmina d’água mínima de 2,20 metros. Como o regime de chuvas no ano passado e este ano foi melhor, a navegação se beneficiou dessa regularidade.
Hidrovia Tietê-Paraná
A hidrovia tem 2,4 mil quilômetros navegáveis e é usada principalmente para o transporte da produção agrícola até o Porto de Santos. Com 14 terminais intermodais para carga e descarga de produtos, conecta seis estados. Em São Paulo, são 800 quilômetros com navegação.