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    Projeto leva brincadeiras populares a escolas públicas do DF

    Cerca de 800 alunos serão atendidos com oficinas arte-educativas até novembro

    Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Saulo Moreno

     

    Brincadeiras de rodas, cirandas, cantigas, entre outras tradições populares são incentivadas pelo projeto Ciranda do Brincar: valorizando a primeira infância. Com o estímulo do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec), a iniciativa leva cultura e diversão para crianças de 4 a 6 anos matriculadas nos centros de educação infantil (CEI) 1 de Planaltina e de Sobradinho.‌

    Nas grandes metrópoles, as crianças estão mais isoladas, mais fechadas, sem o convívio comunitário, onde os saberes tradicionais são passados. O projeto tem o cunho de resgatar e valorizar essa cultura ❞

    Rayla Costa, arte-educadora

     

     

    Até novembro, serão realizadas 49 oficinas culturais e arte-educativas para 800 crianças e oito oficinas de cunho formativo, com 24 horas-aula, para 40 professores. Duas oficinas para o público infantil são adaptadas para crianças com algum tipo de transtorno global de desenvolvimento (TGD). Também haverá quatro apresentações artísticas direcionadas à comunidade escolar, com espetáculos de palhaçaria e mamulengo.‌

     

    O projeto Ciranda do Brincar: valorizando a primeira infância foi concebido pelos grupos Ciranda de Alecrim, Casa Moringa e Justa Trama Produções, com o objetivo de promover brinquedos e brincadeiras de tradição oral brasileira. A experiência tem como fundamentação metodológica a Pedagogia Griô, criada pela coordenadora pedagógica do projeto, Líllian Pacheco.‌

     

    A experiência cultural é passada para os pequenos pelos arte-educadores Rayla Costa e Matheus Lima. Rayla acredita que o contato excessivo com telas, como televisões e celulares, impacta na relação das crianças com brincadeiras tradicionais. “Nas grandes metrópoles, as crianças estão mais isoladas, mais fechadas, sem o convívio comunitário, onde os saberes tradicionais são passados. O projeto tem o cunho de resgatar e valorizar essa cultura.”‌

     

     

    Por isso, além de incentivar as crianças, o projeto abrange também os professores e a comunidade escolar. “Um dos objetivos é fazer com que os professores, pais e familiares alcancem a criança que tem guardada dentro de si, porque traz uma relação mais empática com os alunos no dia a dia e para que consigam brincar com eles de maneira espontânea e inteira, não apenas com o olhar pedagógico”, aponta Matheus.‌

     

    A coordenadora do Fundo de Apoio à Cultura, Cecília Carvalho, ressalta a importância do trabalho desenvolvido. “Sabemos que as brincadeiras tradicionais não são apenas divertidas, mas também fundamentais para o desenvolvimento saudável das crianças. Elas estimulam a imaginação, a criatividade e a interação social, proporcionando às crianças uma base sólida para o aprendizado futuro”, avalia Carvalho. Acreditamos que a cultura não deve ser um privilégio, mas um direito de todos. É crucial fomentar a riqueza artística e educacional a todas as crianças, independentemente de onde vivam ou de suas circunstâncias”, completa.

     

    As apresentações começaram no CEI 1 de Planaltina na última semana. A instituição atende a 594 alunos de 4 a 6 anos nos turnos matutino e vespertino. Professora da escola há cinco anos, Daniele Rangel, 38 anos, afirma que a prática de brincar é essencial para o desenvolvimento das habilidades dos pequenos e enfatiza que os momentos de diversão e criatividade não devem ser negligenciados.‌

     

    O brincar para as crianças, principalmente na primeira infância, é de suma importância para o desenvolvimento dos sistemas motor e cognitivo. Existem brincadeiras que ativam todo o corpo, mas também brincadeiras que mexem com pontos específicos, como a coordenação motora grossa, que é o mexer das mãos, e a capacidade de raciocínio, no caso das brincadeiras que exigem que a criança crie estratégias”, explica Rangel. “Esse projeto nos ajuda a pensar em mais formas de auxiliar o crescimento dos alunos e ainda faz com que tenham mais contato com a nossa cultura, que é tão rica”, completa.

     

    Fonte: Secretaria de Estado de Educação do DF

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