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    Saúde registra queda nos atendimentos ligados à prática do futebol feminino em SP





    Atletas disputando a Copa do Mundo de Futebol Feminino correm risco de lesões comuns aos futebolistas; a queda foi de 10,2% comparado a 2022



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    Com o início da participação da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de Futebol Feminino, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) destaca a necessidade de cuidados para evitar lesões durante a prática esportiva para as mulheres. Em 2022, a SES registrou um aumento de 4,2% no número de atendimentos ambulatórias e internações hospitalares demandados por mulheres entre os 10 e 49 anos de idade por lesões comuns entre as pessoas que jogam futebol. Nos primeiros cinco meses de 2023, esse número caiu 10,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o levantamento, desde 2020, os atendimentos mais frequentes ligados a lesões nas pernas, para mulheres nesta faixa etária, são as fraturas de tornozelo, de fêmur e os transtornos internos do joelho.

    A maioria das lesões é leve e não demanda atenção médica para além da recomendação da aplicação de uma compressa gelada por 20 minutos no local e tomar um analgésico. Com a melhora dos sintomas, a pessoa pode retomar à atividade física. No entanto, como aponta Tiago Lazzaretti Fernandes, médico do esporte e ortopedista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, “é importante ressaltar que dores articulares, principalmente, ou dores que não melhoram após esses cuidados iniciais, devem ser investigadas por um especialista médico do esporte ou ortopedista”.

    As lesões mais comuns em quem joga futebol ocorrem na região dos quadris, pernas e pés, afetando a musculatura, os ossos e as articulações. Segundo o Dr. Fernandes, uma das mais incapacitantes é quando ocorre o rompimento do ligamento cruzado anterior (LCA), embora ela não seja tão comum como as torções do tornozelo e as chamadas contraturas e estiramentos, que são lesões musculares. As fraturas de tornozelo demandaram mais de 7,5 mil procedimentos na rede estadual do SUS desde janeiro de 2020, as fraturas de fêmur, mais de 1,6 mil atendimentos e os transtornos internos de joelho, mais de 900.

    LCA 

    Os ligamentos são feixes de tecido fibrosos que unem dois ossos em uma articulação do corpo. O LCA é responsável pela estabilidade dos movimentos do joelho, conectando o fêmur e a tíbia. Quando se rompe, é necessário realizar um procedimento cirúrgico para garantir a possibilidade de retorno à prática esportiva rigorosa. O rompimento geralmente provoca um “estalo” audível, seguido por dor e inchaço, observável em até 24 horas depois da lesão. Sem tratamentos, o inchaço e a dor passam sozinhos, mas o joelho pode permanecer instável e acarretar maiores danos ao menisco e cartilagem.

    As lesões ao LCA podem ser causadas por mudança rápida de direção, tentar parar ou reduzir muito o ritmo de uma corrida de forma súbita, apoiar os pés incorretamente depois de um salto ou pelo contato direto ou colisão entre jogadores. Houve 255 atendimentos a mulheres entre os 10 e 49 anos de idade por ferimentos do ligamento e transtornos do joelho na rede pública estadual em 2023 até maio. Os procedimentos cirúrgicos para esse mesmo grupo representam 85,2% das internações por lesão nos membros inferiores.

    Cuidados

    Ainda de acordo com o Dr. Fernandes, a principal recomendação para a população em geral para se evitar uma lesão não é que se evite a atividade física, mas sim que realize atividade física regular. Ela é importante tanto para o sistema osteomuscular, quanto para o coração e para a saúde mental.

    Para aqueles que já praticam atividade física, é importante lembrar que o fortalecimento e o alongamento são igualmente importantes para se evitar lesões. Uma análise anterior à prática esportiva chamada Avaliação Pré-Participação (APP) é essencial para identificar e prevenir que lesões pequenas se tornem mais graves.

    Segundo o Dr. Fernandes, “o objetivo do médico do esporte e ortopedista, quando existe lesão osteomuscular, é promover o repouso da região acometida pela doença sem que os outros grupos musculares sejam afetados. Ou seja, prescrevemos o ‘repouso ativo’, em que o atleta continua a realizar fortalecimento e atividades que estimulem o sistema cardiovascular para não perder condicionamento físico durante o tempo de recuperação”.

    Fonte: Governo do Estado de São Paulo

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